Negando-se
a si mesmo
Pr
Sérgio Carlos da Silveira
II Coríntios 4
7
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não da nossa parte.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
desesperados;
9
perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10
trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida
de Jesus se manifeste em nossos corpos;
11
pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de
Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne
mortal.
12
De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
Se observarmos bem a mensagem
de II Coríntios 4, vemos que Paulo esta falando sobre como devem
proceder os fiéis, aqueles que querem levar adiante a Palavra de
Deus com o objetivo claro de alcançar vidas.
No versículo 7, Paulo fala que devemos ser vasos de
barro, com a única finalidade de guardar um tesouro. Ele quer dizer
que uma vez que somos vasos de barro, sem chamativo algum, o que
importa é o que tem dentro de nós, o que guardamos. E o que será
que guardamos? Qual o tesouro escondido em nós? Resposta fácil
esta: A Palavra, a mensagem de Boas Novas.
O Apóstolo nos ensina que como mensageiros seremos
atribulados, surpreendido, perseguidos, abatido e que teremos sempre
em nós a marca da morte. Mas ele diz que mesmo quando formos
atribulados não devemos nos angustiar. E esta advertência é forte,
pois no geral, quando as tribulações aparecem, o mais natural é
deixarmos que a angústia se aposse de nós e abale todas as nossas
estruturas.
Quando ele afirma que seremos surpreendidos, e na vida
somos mesmo pego de surpresa, de todas as formas, adverte também que
não devemos nos desesperar. Só que o normal na vida, quando somos
traídos, quando uma pessoa nos decepciona, é nos afligirmos a ponto
de o desespero tomar conta de nossos pensamentos e abala a nossa fé
nas pessoas.
Continuando ele afirma que seremos perseguidos, mas ele
diz que não seremos desamparados e isto que dizer que quem não
nos desampará é o Senhor. Com uma garantia destas, para que nos
abalarmos? Sabemos a quem clamar quando as perseguições surgirem.
Paulo ainda afirma que com o correr dos acontecimentos
negativos, nos sentiremos abatidos. Vamos concordar que isto é
normal. O sofrimento oprime mesmo as pessoas e são poucas as que
sabem transformar em benção as desilusões da vida. No entanto
Paulo afirma que mesmo quando nos sentirmos abatidos, nós não
seremos destruídos!
Aleluia!
Aleluia!
Talvez a parte mais
importante e que poucos observam aparece no próximo versículo:
trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida
de Jesus se manifeste em nossos corpos
(;) (II Coríntios 4-1). O que é ''trazer em si o morrer de
Jesus''? É o abrir mão de sua vida para que outros tenham vida. É
a velha pergunta, quase sempre sem resposta: ''Você estaria disposto
a morrer para que alguém vivesse''?
Talvez seja importante
salientar que não estamos falando de morrer por alguém que é bom
para você, pela pessoa amada, por um conhecido, por um vizinho. Não!
''Trazer em si o morrer de Jesus'' é abrir mão de sua vida – até
através da morte – para que os que não parecem merecedores
recebam a Paz, conheçam o Amor e tenham um encontro com o Senhor
Jesus, aceitando-o como Salvador de suas almas e sejam perdoados de
seus pecados.
Abrir mão de seus
sonhos para que outra pessoa tenha uma vida nova e que ele venha
sonhar no lugar do que evangeliza, é algo difícil até de se
imaginar, mas foi o que o Senhor Jesus fez.
Jesus abriu mão de
sua Glória, de ser visto como Filho de Deus pelos anjos no Céu, de
estar assentado junto ao Trono de Seu Pai, de viver rodeado de toda
honra, majestade e riquezas que nossos olhos jamais viram, para
descer a este mundo, numa pequena vila de Israel, para assumir o
papel de um sofredor, que viveria uma vida limitada, que viveria em
função de vidas que não mereciam um segundo olhar. Mas Jesus não
se importou com o que estava perdendo. Importou-se com as vidas para
as quais viveria e morreria, para que elas tivessem Vida Eterna e
Paz.
Jesus aceitou viver
para morrer por pecadores.
Jesus aceitou viver
para morrer por Meus pecados.
E eu?
Se você observar bem,
mesmo que Jesus tivesse nascido em um Palácio, como descendente
direto de Davi ou qualquer outra casa real do mundo, mesmo assim,
todas estas riquezas seriam nulas frente as que Ele deixou no Céu.
Nascer rico ou pobre
realmente não interessa quando se quer viver pelo próximo. Quando
se quer morrer pelo próximo. E Jesus aceitou viver pelo próximo.
Ele morreu por mim. Ele morreu por você.
E o que faremos nós?
Vamos permitir que as lutas destruam nossa fé, nos retire do
propósito para o qual fomos chamados? Ou como vasos de barro,
aceitaremos trazer em nós o Tesouro que libertará o mundo?
Morrer para que outro vivam deve ser um lema de todo verdadeiro cristão. Mas, a escolha é nossa!
Morrer para que outro vivam deve ser um lema de todo verdadeiro cristão. Mas, a escolha é nossa!
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