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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Belo, Importante ou útil?


Uma dona de casa, muito zelosa, recebia belos presentes dos filhos e amigos. Mas o que ela mais gostava era de seus vasos. Tinha de todas as formas, redondas e robustos, finos e longos, centenas deles. De todos os materiais! Barro queimado, vidro, cristal e de muitos outros materiais, inclusive plástico.
Ela os guardava em uma linda cristaleira no seu quarto de costura. Seu quartinho de trabalhos, era seu lugar preferido, pois ali costurava roupas para os filhos e netos, ganhava um dinheirinho costurando para as pessoas da região.
Todas as pessoas que chegavam ali admiravam seus belos vasos.
Só que alguns deles não ficavam apenas na cristaleira. Ela usava eles nos afazeres de casa, na decoração e como divisória de sua pequena Biblioteca...
Muitas vezes ela enfeitava a casa com seus vasos multicoloridos, com flores e águas perfumadas. Ela sabia quantos tinham em seus armários, sua filha mais nova e seus netos amavam mexer com eles contar a história de cada um. Afinal, muitos deles tinham histórias especiais. Alguns tinham sido conseguido em feiras festivas, com o objetivo de agradar a doce senhora.
Só que um dia seu marido adoeceu e já não podia mais ir à mina fazer seus trabalhos, guiar trem de carvão e muito menos separar mineral do lado de fora das cavernas.
Teve que ficar em casa.
A doce senhora, que sempre ajudara em casa, com seus afazeres especiais, se viu obrigada a fazer algo mais para ajudar a sua família.
Então ela resolveu vender de seu doce de leite e suas deliciosas compotas de frutas.
Era algo que o marido amava ajudar, embora nem sempre tivesse tempo ou animo, por causa do trabalho antigo, que o cansava.
Satisfeitos com a decisão tomada, o único lugar da humilde casa que sobrava para usar como venda, era sua sala de costura.
Um quarto menor, junto ao antigo quarto das crianças foi transformado em seu novo quartinho de costura, mas não cabia ali sua bela cristaleira.
Todos ficaram penalizados com a situação da senhorinha, mas ela não ficou triste.
Foi a cidade, trocou sua bela cristaleira por uma bem menor e ainda conseguiu prateleiras para seu novo ambiente de trabalho.
No final de semana, ela sentou-se com o esposo e escolheu quais vasos queria guardar e quais daria aos filhos e amigos.
Ninguém mais quis ver aquilo. Para todos era um sofrimento só.
Menos para ela.
Decidida ela reservou três caixas e foi dividindo seus vasos.
Em uma ela colocou todos os que eram úteis, fossem bonitos ou não.
Na segunda ela colocou todos os que ela tinha verdadeiro carinho, pois tinham sido presentes dos filhos ou de pessoa especial.
Na terceira colocou os que eram mais bonitos e admirados.
Embalou todos os que eram bonito sem papéis simples e mandou o neto mais velho sair entregando.
Quando as pessoas recebiam os seus vasos, a princípio tinham dúvidas, pois a embalagem não ajudava muito. Mas quando  abriam, viam dentro os vasos que mais amavam. Aqueles que muitas vezes tinham admirado calados.
Aos poucos  sua família e amigos ficaram preocupados, pois perceberam que todos os que foram doados eram os mais belos.
Sua filha mais nova foi conversar com a mãe e a encontrou junto ao novo fogão de lenha, cozinhando e conversando com seu velho companheiro, que arrumava com carinho, alguns vasos sobre a  nova prateleira.
A filha, com lágrimas nos olhos, disse-lhe:
- Mamãe! Como a senhora conseguiu se desfazer de seus belos vasos ficando com estes tão feios?
E ela sorrindo, respondeu:
- Não filha, não fiquei com os feios, fiquei com os que me são úteis. Aqueles que dei, tem valor de beleza, as pessoas gostam por seus detalhes e entalhes. Sei que serão cuidado. Os que guardei para mim, nos serão úteis para nosso novo projeto.
E o pai respondeu, do alto da escada:
- Sossegue filha. Os que ela tem especial carinho, ela guardou na nova cristaleira. Os demais, ela colocou no uso.
A moça entendeu de pronto a lição que sua mãe, sem querer, lhe dera.
Na vida tudo pode ser dividido, em belo, importante e útil.
O que é importante devemos guardar, o que é belo doamos e o que é útil, colocamos no uso.

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