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sábado, 15 de novembro de 2014

A Parábola da Vela e o Candeeiro



Se a sua luz não brilha, não procure apagar  a minha, diz a sabedoria popular. Mas sabemos que não é bem assim. As pessoas nunca estão satisfeitas com o sucesso das outras e nem mesmo os nossos inimigos espirituais. A Bíblia diz que o deus deste século cegou o entendimento de muitos para que estes  se quer reconheçam a Luz do Evangelho (II Coríntios 4-4).
Na verdade, enquanto luz, devemos brilhar apesar das trevas, fugir do mal e viver de forma a resplandecer a Luz da Salvação na vida daqueles que se fazem cegos ou estão assim por influência maligna. Quando refletimos a Luz de Deus damos testemunho do Senhor na Terra e influenciamos vidas, trazendo para a verdadeira Luz. Não podemos permitir que o mundo nos vença, mas devemos vencer o mal com o bem.
Se somos luz, não podemos nos permitir sermos engolidos pelas trevas. Devemos nos lembrar da vela que um dia resolveu ir à rua e, protegendo-se num cristal potente saiu pela estrada que todos diziam escura e perigosa. Horas depois ela voltou intacta, contando para os candelabros da antiga casa que não vira todo escuro que o povo dizia existir à sua volta. Todos ficaram curiosos pois todos os que saiam dali tinham a mesma impressão. Um dos castiçais da casa, antigo e respeitado, achou que a vela mentia e disse a todos isso. A vela insistia que era verdade, que não vira a escuridão e o castiçal insistia que era tudo escuro na noite, pois ele, quando jovem viera para casa numa noite de inverno e era estava tudo escuro. Todos estavam confusos, a jovem vela nunca tinha mentido, mas o Castiçal de Prata também nunca fora acusado de falsidade. Assim, as coisas foram ficando difíceis. Os objetos de decoração agora estavam divididos, uns acreditavam na velinha e outros no castiçal. A convivência estava  se tornando difícil, tanto nas salas quanto no Armário. Era um zumzumzum danado, um disse que me disse que não acabava mais.
 O velho Candeeiro, que viera da rua anos atrás, quando jovem, foi chamado para desmentir a pobre vela.
Todas as velas, lâmpadas, candelabros, lamparinas, lanternas e outros objetos luminares ou não, estavam reunidos para assistir a Assembléia. A vela trêmula, o castiçal imponente e todos, divididos em opiniões, esperavam o velho candeeiro.
Ele chegou com sua humildade característica e seu olhar manso e todos se calaram em sua presença.  O castiçal de prata foi o primeiro  a falar. Contou que  a vela mentia a todos dizendo que fora à rua no Inverno e que só vira o escuro de longe. Mas que ele, que nunca mentira, sabia que a vela mentia, pois viera na noite para   casa e sabia que tudo era escuridade ao anoitecer.
O velho Candieiro atalhou a conversa:
- Espere meu jovem. A vela não mentiu e  nem tu mentes.
- Como assim? - perguntou o Castiçal agora confuso.
- A noite é escura e fria, como dizes tu e o dizes sabiamente. Vim da China, em um navio e a noite era fria, escura e às vezes molhada. Meu velho embrulho sofreu para me proteger do orvalho e até do vento, depois que sai do navio e fui para a carroça do amo. E foi la que descobri que a noite podia ser clara.
- Como assim? - Pergunta confuso o Castiçal.
- Na carroça, volta e meia os jovens acendiam um lampião e a luz se fazia. Assim, descobri que a noite é clara. 
Todos olhavam confusos. Como era isso?
- As Lâmpadas, lanternas e velas, têm luz própria, mesmo todas sendo mais frágeis que nos, meu amigo Castiçal, mas nós, pobres castiçais e candieiros, fortes que somos, somos pequenos e insignificantes frente a elas, pois são elas que nos fazem ver a claridade que as rodeiam e isto porque está nelas. Nós somos apenas seu suporte velho amigo. Elas passam, mas vivem uma vida clara, nós permanecemos, mas jamais vemos a luz sem elas...
A confusão acabou, as velas, lâmpadas e lanternas, sempre depreciadas por serem frágeis e passageiras, acabaram se sentindo melhor com isso e os castiçais mais jovens e candieiros passaram a olhar para elas com respeito e amizade.

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