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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Cristão e o Dinheiro

Cristão e o Dinheiro
Tem uma canção popular que diz: Eu desejo! / Que você ganhe dinheiro / Pois é preciso
Viver também / E que você diga a ele / Pelo menos uma vez / Quem é mesmo / O dono de quem (Amor Pra Recomeçar – Frejat)
. Sim, infelizmente não foi um cristão quem escreveu estas palavras de sabedoria, mas ainda bem que Frejat escreveu, por que dificilmente um cristão teria coragem de escrever isto, afinal o capitalismo entrou na Igreja.
Assuntos como Bolsa de Valores, Juros, Ações e Crise Econômica são assuntos que fazem parte das mensagens que saem dos altares cristãos e se propagam entre a Igreja do Senhor, que acostumou-se a jogar Deus literalmente na parede exigindo-lhe seus direitos de filhos e sua herança na Terra. Sim, a política econômica entrou na Igreja e veio dos altares, onde até as Igrejas que mais defendiam a Fé e os Bons Costumes resolveram aderir à mais este modismo e primam hoje pela busca do dinheiro, algumas já de forma alucinada.
Jesus virou moeda de troca, afinal para aumentarem suas próprias posses, tentam e conseguem incutir em seus fiéis a busca pela Prosperidade como objetivo de vida e fé. E alguns afirmam que a Riqueza está sim relacionada com a Salvação. O ofertório a muito passou ser a maior e mais importante do culto, mesmo em igrejas que dizem que a parte mais importante é a Palavra, esta fica em segundo plano e tem pouco espaço e se tem algum valor é quando serve para conseguir alguns valores financeiros maiores. Coitado de Abraão, Isaque e Jacó, são sempre o mote principal destas pregações, além dos testemunhos – alguns manipulados sim – que enfeitam estas mensagens.
Será que na Bíblia existem princípios nos oriente de fato sobre formas de conseguir o dinheiro e como usá-lo? Bem, esquecemos quem de fato é dono de quem quando o assunto é dinheiro, pois muitos aceitam ser escravos deste e não seu senhor. Na verdade, devemos nos lembrar que o Senhor nos dá forças para trabalharmos e adquirirmos nossas riquezas (Deuteronômio 8-18), só que devemos tomar cuidado porque muitos estão perdendo a comunhão com Deus e o zelo pela sua fé com as preocupações com o dinheiro, mesmo com o aviso de Jesus quando nos deixou a Parábola do Semeador: E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera (Mateus 13:22). Além do mais, alguns incautos, ao tornarem o dinheiro seu senhor caem sob o peso de uma outra advertência do Senhor Jesus sobre servirmos a dois senhores: Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro Mateus 6:24 e não é uma atitude inteligente, afinal o sábio nos ensina que não é o dinheiro quem nos preserva e sim a sabedoria: Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela preserva a vida de quem a possui (Eclesiastes 7-12).
Esquecemos que nossa maior riqueza – a Salvação – não nos foi dada através do dinheiro: Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados (Isaías 52-3), e por isto mesmo estamos deixando nossas vidas afundarem por causa de nosso amor ao dinheiro. Ou pior, nossa dependência, já que quando não temos, nos atolamos em dívidas, que mostram o quanto podemos ser avarentos, invejosos e cobiçosos. Nossa Sociedade nos impregna o império do querer é poder, mas quando o assunto é consumo, devemos sempre tentar colocar as mãos apenas até onde o corpo alcança e infelizmente as pessoas não pensam assim, estão querendo ter sempre mais e as dívidas se acumulam, aumentam os muitos boletos e assim aumenta a carga horária no trabalho, as confusões para as promoções para as quais nem sempre estamos preparados. E estes problemas só acontece por que estamos colocando nossa esperança e confiança no dinheiro. Algumas Igrejas afirmam, tentando alienar os incautos, que prosperidade é uma prova, uma evidência da sua fidelidade para com Deus, mas não é verdade. Não é de fato um princípio bíblico este, já que nem a riqueza, nem a falta dela, nos aproxima mais de Deus: Duas coisas te pedi, ó Deus, antes de morrer: Primeiro, que me afastes da falsidade e da mentira. Depois, que não me dês nem pobreza nem riqueza. Dá-me o bastante para as minhas necessidades. Porque se ficar rico, corro o risco de me esquecer de ti e começar a perguntar: Mas afinal quem é Deus? Por outro lado se vier a empobrecer, a miséria pode levar-me ao roubo e a desonrar o nome de Deus (Provérbios 30:7-9), sim, às vezes tanto uma como a outra servem na verdade para nos afastar mais e mais Dele!
Infelizmente algumas mensagens e alguns conselhos levam sim ao enriquecimento fácil e rápido, mas a que preço? Muitos utilizam de meios que julgam certos, mas que estão contra os princípios do amor a Deus e ao próximo: O que lavra a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo.... Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria (Provérbios 28:19-20,22). E pior que passar a perna e ser o mais esperto do mundo é uma atitude que vem se alastrando século a século e em nosso tempo é um mal gritante. Muitas famílias vivem de lesar as empresas e o Governo solicitando indenizações que não tem direito, por acharem que estes são os maios mais fáceis e menos trabalhosos de adquirir seus bens. E pior, existe advertência contra estas atitudes: Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade (Efésios 4:27-28) e ainda, outra observação que cabe ser analisada e observada: Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal” (Provérbios 21:6), sim, quando processamos alguém baseando nossa verdade em uma mentira, ou uma fuga da Lei dos homens, estamos adquirindo para nós riquezas que poderão ser o lao que destruirá a nossa Fé.
São obrigações do cristão comprometido voltar a Deus os 10% do Dízimo, que é ensinado pela Palavra que pertence ao Senhor, e há sim outras formas de ajudar a manter a Casa do Senhor através de ofertas alçadas – que são estipuladas pelo próprio ofertante tanto quantidade quanto const6ancia – estes valores é que manterão a Igreja, mas é aconselhável que tanto um quanto o outro seja uma contribuição pessoal, do indivíduo que vai até o gazofilácio e não uma obrigação pública que quando não inibe o ofertante, faz com que a assistência se sinta preterida. Na verdade a Palavra ensina que cada um deve dar conforme suas posses ( 1 Coríntios 16:2) e não ser obrigado a lesar sua família, pois isto deve ser conforme o desejo de seu coração.
Claro que algumas Igrejas nem mesmo o Dízimo arrecada, por afirmar que não a Instituição dele no Novo Testamento, mas as Igrejas que aceitam a Bíblia como um todo, costuma ensinar os fiéis a praticá-lo, embora mesmo este não seja uma obrigação imposta, mas deve ser um desejo voluntário que a pessoa tenha de firmar um compromisso não com a Igreja, mas com o Senhor.
Não devemos aumentar as dificuldades do Caminho da Cruz, que já é estreito e infelizmente alguns votos e propósitos impostos por algumas igrejas lesam a maioria dos fiéis e suas famílias, uma vez que a maioria das pessoas adultas possuem um lar e tem sobre ele responsabilidades. Na verdade a Palavra ensina que devemos viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar”(1 Tessalonicenses 4:11-12); a Palavra nos ensina que a responsabilidade e obrigação de sustentar parentes, órfãos e as viúvas, é da família. Cuidar dos seus é uma obrigação da qual não devemos abrir mão: Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente (1 Timóteo 5:8).
Sim, sermos generosos com os da fé é uma necessidade cristã, uma questão de compromisso, que pode ser exercida sempre e que alegra sim o coração de quem esta comprometido com a Palavra de Deus, afinal esta é uma atitude de amor e por isto mesmo o que necessita deve Comunicar com os santos nas suas necessidades, para que o outra siga com a hospitalidade (Romanos 12-13).
Que possamos estudar melhor a Palavra para que não seja destruído ou levado por ventos que nada geram e além do mais afastam da presença de Deus, sim, pois muitas das vezes nos corrompemos por nossas próprias esperanças:Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas (2 Timóteo 4:2-4).
E para fechar, volto ao começo e como na música Eu desejo! / Que você ganhe dinheiro / Pois é preciso Viver também / E que você diga a ele / Pelo menos uma vez / Quem é mesmo / O dono de quem (Amor Pra Recomeçar – Frejat).
Graça e Paz.


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