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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Semear ...


 

Semeie mais!
Elisabeth Lorena Alves
 Aquele que leva a preciosa semente , andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos (Salmos 126:6).
Semear é preciso. Uma floresta começa com as primeiras sementes. Uma horta começa com a primeira semente. No processo de semeadura, muitas sementes se perdem,  muitas são aproveitadas pela terra como adubo e outras brotam. Mas nem todas as sementes que germinam frutificam. Só que o agricultor, sábio homem da terra, reconhece que não pode desanimar por não ver suas sementes brotarem. Sabe que em algumas épocas a semente precisa de mais tempo para germinar, então ele cuida da terra com paciência, mesmo que ela pareça inútil.
Ao semear nesta vida, seja no lado espiritual, seja nas relações pessoais, deve-se ver o coração alheio como terra mal tratada. As dificuldades da vida, as perseguições, os maus exemplos, as decepções, os escândalos, acabaram tornando esta terra (coração)  endurecida, mas ainda há um jeito de chegar a ela, de fazer sulcos e de prepara-la para o plantio. A terra para ser plantada tem que ser preparada. Para sementes pequenas e volúveis, como a cebola e a salsinha, ara-se pouco, mas ainda assim, prepara-se, mas para um milharal, será preciso mais trabalho. O agricultor terá que usar enxada ou arado, tirar pedras e vidros, troncos amortecidos e tudo o que possa impedir sua semente germinar. Só depois de preparada – e descansada – a terra pode ser semeada.
Nós queremos chegar aos corações dos outros e encontra terra tratada, só para colocar ali a semente. E às vezes fazemos isto. Jogamos a semente em cima da terra e esperamos que ela faça o caminho contrário, que desça a um nível adequado para ser germinada.
Semente jogada ao solo tem dois Destinos: Um, certeiro, vira alimento de passarinhos e aves domésticas – e a dúvida, a decepção, a revolta, o escândalo  são os animais alados que destruirão as sementes que foram lançadas aos corações não tratados. A Palavra vai cair e se perder na terra da angústia, da decepção.  E o outro destino?
O outro destino é o vento. O vento leva a semente que encontra solta na terra e a lança em outros solos. O semeador vive sem saber onde ela foi parar. Imagina-se um agricultor sem resultados, mas não sabe que longe dali uma plantinha solitária – e às vezes não – cresce forte e saudável, pois foi levada pelo vento à um lugar de delícias, uma terra farta e tratada, onde ela pode encontrar água e as vitaminas necessárias para viver.
Ao bom agricultor fica o ensino, que o melhor a fazer antes de sair com a sementeira, é arar a Terra.
Aos outros, resta o consolo de saber que algumas de suas sementes foram levadas pelo vento e florescerão longe de si.
Semear não é fácil, requer algum preparo e isto pode desgastar o Semeador, como desgasta qualquer trabalhador braçal. Existem técnicas a serem aprendidas durante o trabalho, conhecer a estação das águas, conhecer a época certa de semeadura, saber como tratar  a terra, saber que tipo de solo serve para cada semente e como deve ser depositada nos sulcos que deverão ser feito para elas...
Colher um milho é fácil, mas plantá-lo exige técnicas.
Não desanime de semear, aprenda apenas a conhecer a Terra.

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