Elisabeth Lorena Alves
Quando observamos as famílias atuais, vemos que alguns pais estão deixando de lado sua responsabilidade parental e criando filhos irresponsáveis, brigões e trágicos que desde os primeiros anos agem com violência com as outras pessoas. Algumas, desde os primeiros anos agridem seus próprios pais, por total falta de limites. E ter limites é algo que todas as crianças precisam ter. No livro “Déspotas Mirins - O Poder nas Novas Famílias”, a psicanalista Marcia Neder afirma que o mundo é hoje comandado por crianças e infelizmente na grande maioria dos lares isto é uma grande verdade. Os pais estão permitindo que os seus filhos criem regras e sejam temidos quando na verdade eles deveriam ser os responsáveis por tudo o que acontece na família.
Se uma criança não é educada de forma correta, pode deixar aflorar seu lado negativo e despertar nela sentimentos e atitudes sombrias.
Muitos pais acabam determinando com suas atitudes egoístas a personalidade de seus filhos de forma negativa. Alguns por sentirem-se culpados por causa de suas muitas responsabilidades para manter a família, acabam deixando claro para seus filhos que não conseguem impor limites e nem fazer cobranças, assim as crianças ‘ocupam’ o lugar vago que foi deixado pelos pais, tornando-se manipuladores e dirigindo seus desejos e até a família, com suas atitudes de pequenos ‘mandatários’ da casa. No início estes pequeninos manipulam os pais com as eternas manhas infantis, esperneando quando querem algo e ao notar o sentimento de culpa dos pais utilizam isto em favor de suas querências. Quantas vezes você já não viu uma criança pedir algo aos pais e na mesma hora lembrar que o pai ou mãe está trabalhando demais e deixando- o com estranhos por muito tempo? Se você não viu é por não ser uma pessoa observadora, pois esta tática é comum entre crianças, inclusive naquelas que sabem o que falar e que são consideradas muito inteligente pelos pais. Na verdade a criança é muito perspicaz, usa sua capacidade de entender as fraquezas dos pais em benefício próprio.
O problema ;e que ela vai crescer assim.
Conheço um garoto de 12 anos que sai da escola as 16 horas e chega em casa por volta das 22. Sua mãe é uma pessoa que sente-se culpada por não poder dar a ele tudo o que quer. Vítima de um acidente de trabalho, a mãe tornou-se vítima das circunstâncias e vive sua vida como vítima eterna de todos. O menino descobriu o desvio da personalidade da mãe e a manipula com seu comportamento agressivo. Decide o que quer comer, aonde quer ir e que horas quer chegar, cobrando dela coisas materiais que ela não pode dar. E na verdade muito do que ele pede nem é necessário mas ele o faz para mantê-la sobre seu controle.
O problema de crianças mandachuva é que por crerem que podem manipular todas as pessoas, já que o fazem bem em casa, passam a agir assim com as pessoas de fora e podem tornar-se agressores, passando a ter atitudes criminosas ou tornam-se dependentes de drogas, isto por acreditarem que nada os governa. Respeitar autoridades policiais é algo que jamais farão, simplesmente por não conhecerem princípios éticos e limites sociais que o faça entender que não se pode enfrentar e desrespeitar os valores da Sociedade e seus representantes ou defensores.
Infelizmente nossa atitude frente aos nossos filhos, quando errada ou negativa, determina o que eles farão ou serão no futuro e assim sendo, somos sim responsáveis caso eles se tornem criminosos ou tenha uma personalidade criminosa, pois é nosso descuido, nossa falta de pulso e a total falta de limites que faz com que eles acham de forma errada.
Uma vez que somos responsáveis pelo crescer e desenvolver de nossos filhos, devemos entender que cuidar para que isto aconteça de forma adequada é algo que deve ser feito de imediato e sempre desde muito cedo. Não espere seu filho crescer ou ficar ‘mais grandinho’ para ensiná-lo a respeitar as pessoas e espaços. Comece a agir desde cedo, pois como dizia sabia mente os mais antigos, ‘é de pequeno que se torce o pepino’.
Outra dica da psicanalista que deve ser observada é referente a confundir personalidade com rebeldia: “E há ainda aqueles que sentem um certo orgulho e se envaidecem por terem um filho de ‘gênio forte’. ‘E isso acaba estimulando o comportamento mandão do filho’ – diz ela.
Uma coisa é ouvir o filho e respeitar sua opinião ou desejo, outra é deixar ser guiado por ele. Pai é o responsável pelo filho e deve ser dele a palavra final.
Lembre-se que seu livro de fé, a Bíblia, te ensina a educar a criança de forma correta, desde a infância, para que depois de mais velho não se desvie das regras. A Sociedade tem regras que devem ser respeitadas, mas muitos pais nem pensam em apresentar estes limites aos filhos pequenos. A criança é um cidadão e como tal deve conhecer desde cedo seus direitos e deveres.
Pensem nisto!
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