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sexta-feira, 4 de maio de 2012

A viúva de Naim e um Encontro de Vida

A viúva de Naim e um Encontro de Vida
Era o fim de tudo para aquela mulher, pode-se pensar assim, uma época em que não havia nenhum serviço público obrigatório que desse assistência aos pensionistas e viúvas. Afinal nem existia um sistema assim em lugar algum no mundo. Na verdade a História só vem falar da criação de um serviço destes: Em 1601 foi instituída a PoorRelief Act – A Lei dos Fracos, que regulamentava a instituição de auxílios e socorros públicos aos necessitados. Esta mesma Lei criou uma contribuição obrigatória que arrecadava da sociedade, pelo Estado, para fins sociais.
Quanto aquela mulher agora sofria por seu filho, sua última esperança jazia morto e seria em breve enterrado, talvez junto ao pai, que também morrera precocemente, deixando aquela mulher sem nenhuma guarida.
Para as mulheres de hoje é muito difícil entender o que acontecia naquele momento de dor, afinal nos tornamos independentes e conquistamos nossos espaços na Sociedade. Hoje a mulher tem várias jornadas de trabalho e o Mercado esta oferecendo novas oportunidades a toda hora, basta sermos bem preparados. Hoje a Educação, o Estudo é um direito da mulher, mas nas Cidades antigas elas não tinham nenhum tipo de direito. Para muitos era conhecida como estorvo. Podemos ver até hoje, que em alguns países as mulheres viúvas são abandonadas à sua própria sorte. E que sorte tem uma mulher sozinha no mundo, sem estudo, sem apoio da Sociedade, sem direitos e amizades?
Quando iam levando seu filho embora, ela ia junto, chorando, sabendo que sua situação não seria mais a mesma de até então. Sim, se até ali não tinha sido fácil, agora seria pior. Não teria mais apoio de ninguém.
Ela sofria em um mesmo momento duas dores imensas, afinal os pais acreditam que a rota natural da vida é morrer os mais velhos e depois os filhos. E além desta dor enorme por perder seu filho, havia a certeza que ela seria desprezada por todos os demais.
Assim seguia uma multidão que a acompanhava, muitos pranteando o filho e outros pranteando as novas dores daquela mulher. Era uma procissão estranha, ali por certo iam as carpideiras – que muitas vezes, até hoje, choram de graça para as famílias mais pobres – e outras pessoas que seguiam, todos como observadores da dor, representando o luto.
Pelo mesmo caminho vinha uma outra multidão, e esta vinha festiva, contando os feitos de outro personagem desta história, acompanhavam Jesus. Podemos dizer que foi o Encontro da Morte com a Vida.
Quando Jesus se aproximou e viu aquela multidão que seguia a mulher sofredora, compadeceu-se dela e fez o inimaginável: Jesus parou o enterro, tocou no morto – coisa que os judeus não faziam pois teriam que se purificar segundo a Lei de Moisés - e, para surpresa geral de todos presentes, o jovem sentou-se no esquife – uma espécie de urna mortuária – e então o moço levantou-se.
Com certeza, depois do grande susto de todos os presentes, houve uma grande festa, pois a dor daquela mulher teve fim.
Este é um episódio da Bíblia que enfoca algo tremendamente especial, que uitos deixam de ver.
Quando foi que aquela mulher pediu a Jesus que restaurasse a vida de seu filho? Provavelmente ao ver uma outra multidão aproximar-se, em festa, aquela mulher tenha se sentido agredida, pois em geral, em nossos momentos de dor, acabamos por não suportar a felicidade alheia, ela nos diminui como pessoa. Nossa dor se torna maior, afinal ;e normal acreditarmos que todos devem respeitar nossos sentimentos, principalmente as nossas dores. É uma atitude humana, conhecida de todos e que todos podem compreender.
Quando Jesus se dirigiu ao seu filho morto, para ela, poderia até ser uma forma de desrespeito, mas, quando seu filho ressuscitou, tudo mudou.
Ela ficou admirada, reconheceu naquela atitude que na verdade ela encontrara Jesus e que este encontro modificava tudo.
Ela recebeu algo sem pedir e o belo disto está em reconhecermos nisto o poder da Graça. Graça que é um favor imerecido. Graça que nos alcançou e pela qual somos salvos.
Aleluias!
Daquele encontro da Morte com a Vida, aquela mulher venceu, pois a Vida que estava em Jesus trouxe de novo seu filho a existência, deixando para trás toda dor, toda angústia que antes rodeava sua mente e sentimentos e a oprimia.
Que possamos reconhecer que Jesus nos deu mais do que pedimos quando nos alcançou com Seu Amor e que devemos agradecê-lo todos os dias por esta dádiva.


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